segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Comics Code Authority - Uma história que chega ao fim.



Saudações, amiguinhos!

Boas-vindas à temporada 2011 do Blog!

Espero que tenham curtido bastante as festas de fim de ano!

Isso é, a menos que você tenha ido pra alguma Rave. Não venha me convencer que Raves são legais, seu lambe-fezes!



(THUNDERCATS, HOOOOOOOO!)

Uma festa onde você precisa de "balinhas" (que não são 7 Belo ou Juquinha) para se manter vivo, e invariavelmente escorrega na lama regada a esperma de brucutus de academia como o da foto acima não pode ser um lugar legal.

Enfim!

Não vou ficar me desculpando por não ter postado no Blog mais cedo, dessa vez. Como também sou filho de Ronnie James Dio, fui curtir as festinhas!

Mas admito que fiquei tempo demais sem postar algo por aqui! E espero que tenham sentido saudades!

E vamos ao artigo de hoje!



Nos começo dos anos 50, a indústria de quadrinhos americana era muito diferente do que é hoje.

Digo, eu não vivi essa época, afinal, se eu tivesse a vivido como um adulto de uns 20-e-poucos anos, hoje em dia eu acharia que "no meu tempo não existiam Blogs", e provavelmente estaria andando de bengala e marca-passos.

Mas foda-se este arroubo momentâneo. Voltemos ao foco...

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o jovem leitor americano não estava muito interessado em ver o Príncipe Namor lutando contra comunistas. Logo, as histórias de terror e ficção científica acabaram por eclipsar o sucesso dos quadrinhos de super-heróis, e consequentemente, as vendas refletiam isso.

Entre as editoras que prosperaram durante esse período, estava a EC Comics, hoje em dia lembrada pelos seus pioneiros títulos de horror (vide Tales From The Crypt) que publicava na época, e principalmente pela revista Mad.

CHUPA ESSA CARALHA, SUPERMAN!

E se você não conhece a Mad, oh, bem...



Porém, os conservadores americanos, que adormeceram sua raiva contra as histórias em quadrinhos durante a Guerra, voltaram com força total. E voltaram com dois aliados poderosos:



O psiquiatra Fredric Wertham, que durante anos desenvolveu estudos sobre os efeitos nocivos que imagens de violência nas mídias de massas teriam nas crianças, e publicou em 1954 o livro Seduction Of The Innocent (Sedução do Inocente), no qual teorizava que os quadrinhos eram uma forma de cultura negativa, e que induziam as crianças à delinquência.

Tal teoria se baseou na coincidência de que seus pacientes com quadro clínico mais complicado (entenda-se: os pirados da cabeça MESMO) eram leitores de quadrinhos. Daí, veio a idéia para o livro.

Muitas HQ's da época foram severamente criticadas no livro, especialmente o material de horror da EC Comics, e até mesmo as de super-heróis!

E veio dele a teoria de que Batman e Robin mordiam uma fronha juntos na Bat-Caverna.



Tá, tá bom. O fato do Batman estar pensando no Robin, enquanto todos os outros heróis na cena pensam em suas respectivas namoradas nesse quadrinho não ajudou muito...

Podia ser pior, podia ser a tia do Bátima.



Esse quadrinho também não ajuda...



Tá, isso tá ficando perturbador...



MUITO PERTURBADOR.



PUTAQUEPARIUCARALHOFEDIDODOMACACOTIÃO,
DÁ PRA VOCÊ CONTRIBUIR, BATMAN?




...

Enfim, o doutor estava certíssimo em achar o Batman uma bichona.

Verdade seja dita, haviam coisas no livro que faziam bastante sentido serem criticadas, como o fato de que haviam propagandas de armas de fogo de verdade dentro de algumas HQ's. Mas de resto, a grande maioria das teorias apresentadas no livro são tidas por psiquiatras e estudiosos dos dias de hoje como bastante equivocadas.

Mesmo assim, seu livro virou outro artefato para o segundo aliado do conservadorismo americano:



A mídia sensacionalista, que faria J. Jonah Jameson parecer um editor sério.

Aliás, se o Jameson fosse brasileiro, provavelmente seria redator do Meia-Hora.

Enfim!

Obviamente, não era a Fox News na época, mas você entendeu bem o resultado disto: o livro do doutor foi parar nas notícias, e delas, veio a "caça às bruxas" dos conservadores, e uma audiência no Congresso Americano sobre a questão da "delinquência da juventude formentada pelas histórias em quadrinhos."

O resultado disto?



HQ's jogadas fora.

E muitas queimadas.



E a criação do Comic Code Authority, criado pela Comics Magazine Association of America para auto-censurar e fiscalizar o que era publicado pela indústria de quadrinhos americana.

Muitos autores, como o renomado Robert Crumb, acabaram por abandonar as HQ's formais e indo parar no circuito Underground, enquanto outros, como Jack Kirby, continuaram trabalhando normalmente.



A própria EC Comics teve um enorme abacaxi nas mãos com a criação do código, já que com as vendas de suas HQ's de terror sendo praticamente proibidas, ela teve que se focar somente na Revista Mad, e, para fugir da censura, alterou o formato da publicação para algo parecido com as revistas de variedades.

Argumenta-se que a criação do código inclusive aumentou a censura em outras formas de mídia, como a televisão, cinema, e até mesmo a música.



Com o passar dos tempos, a censura começou a mudar, especialmente em 1971, com a aprovação de revisões no código, que permitiam o uso de seres sobrenaturais nas histórias, bem como cenas de violência um pouco mais visíveis, dentre outras modificações.

Inclusive, com a volta de seres como vampiros e lobisomens para as HQ's, personagens como o Motoqueiro Fantasma, um dos medalhões da Marvel, puderam ser criados!

E foi a própria Marvel que deu o pontapé inicial para a abolição do Comics Code Authority, com a publicação de uma história em três partes do Homem-Aranha, escrita por Stan Lee.



Nela, Harry Osborn virava um CRACKUDO, algo que não era permitido de ser mostrado em HQ's pelo Comics Code Authority, o que fez com que a história fosse publicada sem o infame selo!

O primeiro passo estava dado, mas ainda assim durariam anos até que as editoras abandonassem a entidade.

Tal fato só ocorreria pela primeira vez novamente com a Marvel Comics, que em 2001 deixou de ter em todas as suas HQ's o selo da CCA, para ao invés disso adotar o seu próprio sistema de classificação etária nas revistas.

Foi o maior golpe no selo da CCA em toda a sua história, e com as recentes declarações da DC Comics e da Archie Comics de que abandonaram a classificação, é praticamente o fim anunciado de uma censura que se arrasta desde a década de 50.



O que eu acho disso tudo?

Acho que já não era sem tempo!

Eu sou contra a censura de qualquer maneira, e acho que aqui não poderia ser diferente. Além do quê, a maneira como a CCA foi formentada é de uma escrotidão sem tamanho.

O que falta é colocar uma pá de cal também na caça às bruxas que muitos fazem com os quadrinhos, e principalmente com os Video Games.

Mas já bem disseram: "As pessoas temem o que não entendem."

Vai demorar algum tempo (e diversos estudos) até que percebam que não vai ser uma HQ do Homem-Aranha que vai tornar uma criança em um homicida em potencial.

Isso é, a menos que você tenha lido AQUELA Saga onde nosso herói aracnídeo faz um pacto com o capiroto. Uma história de merda dessas provocaria a ira de qualquer um...

Mas isso é questão de tempo.

E em tempo:



O Batman continuou mordendo meia depois da CCA.

Será que existe um Blog no estilo Porra, Maurício só de coisas do tipo do Bátima...?

QUE IDÉIA GENIAL! CRIAREI AGORA!

Bom, o artigo de hoje não foi o prometido do Ninja Gaiden, mas eu espero que tenha sido bastante informativo!

Este, inclusive, fica pra quando eu tiver tempo. Acabei de passar pra um estágio na Seven Game, e eu tô feliz feito a louca dos gatos com isso!

Porém, o meu tempo livre para escrever aqui definitivamente acabou. Mas eu vou tentar escrever com uma certa regularidade, eu prometo.

Mas até lá, se cuidem!

E quando eu tiver tempo: TRILOGIA NINJA GAIDEN!

Uma beijunda para todos, e até a próxima!

EXCELSIOR!