quarta-feira, 24 de março de 2010

JAN-KEN-PO! - A história de Alex Kidd!



Saudações, garotada!

Acho que é uma das poucas vezes onde eu cumpro uma promessa neste blog: escrever um artigo a cada semana!

E relaxem que isto será constante, visto que minhas aulas na faculdade só começam em agosto! Logo, terei tempo livre de sobra para pinçar algumas palavras e artigos aqui!



Aliás, o artigo de hoje foi uma dúvida imensa. Há muito tempo eu não ficava tão indeciso sobre o quê escrever aqui.

Okay, eu tenho mais dúvida sobre qual sabor de Cup Noodles eu gosto mais.



Talvez o de frango com requeijão seja o meu preferido, mas enfim!

Pra sanar tal dúvida (a do artigo, não a do Cup Noodles), fui rever os artigos antigos para buscar uma inspiração, e parei no artigo sobre Streets Of Rage, que foi o campeão de comentários até agora. De fato, é meu artigo favorito até agora, apesar d'eu achar que ele tem muitas falhas...

E como já tinham me pedido pra postar mais sobre Mega Drive e sobre Games em geral, resolvi ouvir a voz do povo!



SIM, MEU POVO! EU VOS ESCUTO!

Mas enfim, tô viajando demais.

Comentei com uma certa amiga sobre minha dúvida, até que me veio a grande idéia para o artigo durante a conversa, e ao pedir a opinião dela, ela se resumiu a dizer: "acho fófis HAUAHAUAHAUAUH".

É, acho que eu fiz a escolha certa!

E cá estou, com um artigo sobre o segundo mascote da SEGA (o primeiro foi Opa-Opa, um robô do jogo Phantasy Zone e mascote do anime/jogo Zillion), que pavimentou o caminho para o Sonic se tornar o mascote oficial e definitivo da SEGA:



ALEX KIDD, em toda a sua glória!

E acreditem, ele é a prova mais do que cabal de que a SEGA sabe como ninguém matar franquias que poderiam ser promissoras. Lá pro final você vai entender o porquê!

Logo, vamos mergulhar nas areias do tempo e matar as saudades deste simpático garoto capitalista, jogador inveterado de Jankenpô, e quebrador de pedras!

Senta que lá vem história!



O mundo era diferente em 1985. A Nintendo dominava o mercado de video-games no Japão e começava a arquitetar uma invasão aos EUA, a trilogia clássica de Star Wars já tinha seu desfecho, e eu não era nem um espermatozóide em fase de crescimento.

Nesta época, nasceria no Japão a primeira investida do que viria a ser a maior guerra dos consoles na década de 90: a guerra Nintendo X SEGA.

Tal investida? O lançamento do Master System (ou Mark III, nas terras do Godzilla) por parte da SEGA, para tentar faturar uma parte do mercado que era até então dominado pela Nintendo!

O console chegou em 1986 aos EUA, cerca de 7 meses depois do lançamento do NES (da Nintendo) por aquelas paragens. Mas era tarde demais.

Naquela época, a Nintendo já se firmava também como uma notória filha da puta. Com contratos de exclusividade firmados com as produtoras de games da época, praticamente nenhuma produtora podia produzir jogos para o Master System da SEGA, que tinha que se virar produzindo jogos ela mesma.

Isso, aliado aos contratos firmados pela Nintendo e sua distribuidora com as lojas de departamentos da época, que diziam: "Coloque um jogo de Master System nas prateleiras e não distribuiremos o novo jogo do Mario para vocês", simplesmente restringiam o Master System a um nicho muito pequeno de jogadores.

Como você pode presumir, o pobre Master System se fudeu dengosamente em seu país de origem e em terras ianques, porém na Europa e no Brasil ele foi um grande sucesso!

Mas algo faltava no Master System: um SUPER-JOGO, que pudesse chutar a bunda das franquias da concorrente! Assim como faltava para a empresa um mascote tão carismático quanto Super Mario era para a Nintendo.

Logo, a SEGA chamou um de seus designers, o jovem Ossale Kohta, que até então só havia trabalhado na série Phantasy Star e em outros projetos menores, para desenvolver um SUPER MARIO KILLER.

Tarefa inglória? Lógico! É como se chegassem pra você neste instante: "Desenvolva um refrigerante que acabe com a Coca-Cola."

Eu cagaria em minhas cuecas, se quer saber. Ou ia rir pra caralho de quem me lançasse tal desafio absurdo!

Mas nascia assim Alex Kidd In The Miracle World!



Este é o primeiro jogo da franquia, e diga-se de passagem o único que é realmente bom. E é com certeza o mais lembrado pelos jogadores brasileiros, já que ele vinha na memória do console lançado por aqui!



Imagino que muitos de vocês tiveram um desses! Se não tiveram, bem, vocês não tiveram uma infância como a minha.

Que foi? Achou ruim? Eu sou sincero, OK? Mas enfim!

Na história, o jovem Alex Kidd é um menino do planeta Aries, que durante sete anos vivendo no Monte Eternal estudava a técnica de luta "Shellcore", que o permitia quebrar rochas com apenas um punho.

Só faltava ele ganhar a armadura de Pégaso no processo. Mas enfim!

Certo dia, quando Alex resolve voltar para sua terra natal, encontra um homem velho prestes a morrer, que o entrega um mapa, um colar feito da Pedra do Sol (???), e diz que a cidade de Radactian (???) estava em grande perigo.

O que Alex Kidd faz?

Não, ele não chamou uma ambulância pro durango morrendo, algo que qualquer pessoa sensata faria.

Ele simplesmente pega o mapa e vai caçar os culpados pela desgraça do povo!

Tais culpados? Estes marginais aqui:



A GANGUE DE JANKEN, O GRANDE! (o primeiro da esquerda para a direita)

De lambuja, é descoberto que os patifes raptaram a princesa Lora e seu irmão Egle, para conseguirem, obviamente, DOMINAR O MUNDO!



Esta é a princesa, que deve ter herdado a boca avantajada ou do Mick Jagger ou do mascote da Gelatina Royal.



Estes são o Rei Thunder (que descobrimos estar desaparecido) e o príncipe Egle. Depois, também descobrimos que Alex é da linhagem da família real, no melhor estilo Zelda.

Sim, a história não é nada complexa, e é simplória até, mas com certeza é melhor que Crepúsculo.

Histórias infantis narradas por Sílvio Santos devem ter mais história que essa merda de vampiros purpurinados.

Mas aí você pergunta: "E o jogo, Cris? Era legal?"

Sim. PRA CARALHO!



Era um jogo de plataforma dos mais simples, mas também possuía mecânicas bem diferentes!



Alex podia pular e dar socos, mas também morria com uma porrada.

Sim, esses heróis são umas moçoilas.

Ao longo das fases, ele podia recolher dinheiro, usado para comprar novos itens e equipamentos, como...



...uma possante motocicleta!

Nesse ponto, ele ganha do Mario. Um dinossauro pode ser divertido de ser usado como meio de transporte (os Flintstones que o digam), mas uma moto é sempre mais irada!

O que você ia preferir? Um dinossauro burro pra caralho que saía correndo até cair num buraco quando tomava uma porrada ou uma Kawasaki Ninja?

Pois é. Qualquer pessoa sensata ia preferir a moto!

Isso fora sua lancha para uma determinada fase, e...



...um HELICÓPTERO! HELL YEAH! \,,/

Nos aspectos técnicos, nada do que reclamar! Seus gráficos eram simples e coloridos, porém muito bem-feitos! Apesar de sua trilha sonora ser levemente repetitiva, quem não lembra do tema do Alex Kidd?

Os duelos contra os chefes de fase também eram épicos no jogo, afinal, eram decididos na base do "Pedra-Tesoura-Papel"...



...e eram difíceis pra porra. Lógico, era um dos aspectos inovadores do jogo, mas caralho, você vencia chefes por pura sorte! Não havia um meio-termo!

Mas enfim! Ao longo de 11 fases, haviam muitos segredos a serem desvendados, o que aumentava a vontade do jogador de jogá-lo novamente muitas e muitas vezes.

E como todo jogo clássico, até hoje ele se mantém como um jogo muito divertido, que pode ser jogado sem problemas!

Isso é, a menos que você não seja um daqueles caras chatos e intragáveis que vêem um jogo velho e dizem "AI, O GRÁFICO É FEIÃO, BROTHER! PREFIRO GOD OF WAR!". Eu convivi com muitos desses bunda-moles "next-gen" nos áureos tempos de Fun Games e Enterprise, e caralho, como eram tcholas esses durangos!



O jogo não foi o divisor de águas que a SEGA queria, mas vendeu bem o suficiente ao ponto de alavancar um pouco as vendas de seu console...



...e também gerar coisas de merchandising, como este jogo de tabuleiro que muitos de vocês iam querer!

Porém, assim como a Nintendo sempre teve uma capacidade incrível de ser filha da puta (Squaresoft que o diga), a SEGA também sempre teve uma capacidade incrível de cagar suas próprias franquias.

Vendo que Alex Kidd atingia um certo nível de popularidade, ao invés da empresa trabalhar muito bem cada lançamento do personagem e então ir aprimorando a série, resolveu adotar a estratégia do "leite de vaca", colocando qualquer porcaria com a imagem do personagem, sem nem ao menos desenvolver bem a idéia, com o único intuito de vender.

Este foi o grande erro da SEGA com seu até então mascote, e este erro só foi piorando, com o lançamento de jogos de qualidade altamente questionável, como:



Alex Kidd And The Lost Stars, um jogo de plataforma dos mais fracos, onde você tinha um tempo ultra-limitado para terminar as fases, uma outra personagem jogável somente na versão Arcade (Stella, a namorada de Alex), e um protagonista que solta um grito de agonia quando é atingido por um inimigo tão medonho que fazia crianças largarem seus controles e irem correndo abraçar suas respectivas mães aos prantos!

Eu me lembro de ter feito isso uma vez. A outra foi jogando Jurassic Park de Mega Drive.



Alex Kidd In High-Tech World, que foi lançado como um jogo da série de Alex Kidd somente no Ocidente, pois no Oriente era o jogo de um anime chamado Anmitsu Hime.

E não, não era uma bom jogo. Era um jogo de aventura WAY TOO MERDOSO, infelizmente.



Temos também Alex Kidd BMX Trial, um jogo de corrida lançado somente no Japão que só podia ser jogado com um controle especial para o Master System. E era outra merda atômica oriunda da fétida bunda zumbi do Macaco Tião.



Isso fora o jogo Alex Kidd In Shinobi World para Master System, que a princípio não seria um jogo da série, mas sim somente um jogo sacaneando a série Shinobi, nos mesmos moldes que outros jogos-paródia de outras empresas, como Kid Dracula era para Castlevania, e Parodius era para Gradius.

E foi lançado somente fora do Japão, visto que na época do seu lançamento, o Master System já estava morto nas terras de Kenshin Himura.

Este era legalzinho, e só. Muito curto, muito repetitivo, muito pouco.

E nem pra sacanear Shinobi serve. Serviu só pra sacanear o pobre Alex Kidd!



Foi lançado também o único jogo do personagem para Mega Drive, sendo continuação direta do primeiro jogo, afinal. Alex Kidd In The Enchanted Castle tentava resgatar os dias de glória do personagem, porém sua mecânica extremamente igual à do jogo original, e a total falta de esmero da própria SEGA em produzí-lo decentemente terminaram por enfim sepultar Alex Kidd.

Diga-se de passagem, eu comentei os jogos fora de ordem de lançamento, mas sim por consoles. Alex Kidd In Shinobi World foi o último jogo do menino-macaco, e já fazem mais de 10 anos desde então.

A SEGA necessitava de um novo mascote para representar seu mais novo console, e como a imagem de Alex Kidd estava associada ao fracasso do Master System, era natural que ela tivesse que substituí-lo.

Sonic The Hedgehog foi lançado, e enfim a SEGA havia achado seu jogo de sucesso que competiria com Mario nos próximos anos.

E com a ascenção de Sonic, foi dado o golpe final na história de Alex Kidd, terminando por jogá-lo no limbo de vez.

Pouco foi feito para trazer o personagem de volta. Homenagens à ele eram feitas em outros jogos, incluindo uma até maldosa no jogo Altered Beast, onde é possível na primeira fase ver as sepulturas com os nomes de Alex e de sua namorada Stella no cenário.

Okay, em Golden Axe o nome do personagem que é morto por Death Adder e faz os três heróis principais iniciarem sua jornada também é Alex.

É, a SEGA também consegue ser muito maldosa.

Houve também um projeto para retomar a franquia, que começaria com um Anime de Alex Kidd sendo produzido, mas acabou cancelado antes de nascer.



Somente nos anos 2000, no Dreamcast, o último console da SEGA, que o personagem voltaria a aparecer, com uma homenagem no jogo Shenmue. Era possível no jogo comprar bonequinhos de vários personagens de diversas séries da SEGA, e Alex Kidd era um deles.

Isso fora o personagem voltar a aparecer de fato no RPG non-sense Segagaga, lançado para Dreamcast somente no Japão, onde...



...Alex Kidd virou um vendedor de uma loja de video-games.

Pois é. A menos que seja em CAMELOT, você vai comprar um jogo, e o Alex Kidd o vende para você!

Bem que eu queria ir nas Casas Bahia e o Alex Kidd me atender. Vamos lá, vocês também gostariam, eu não tô viajando tanto!

Enfim!

O jogo conta a história de dois designers que tem de reerguer a SEGA da merda em que se encontrava criando um jogo inovador para acabar com a concorrência.

É, esta é a história do jogo. Mais fan-service e em contato com a realidade em que a própria SEGA se encontrava na época, impossível!

Em determinado ponto, Alex conta sobre sua história de glória como mascote da SEGA, sua rivalidade com Mario, e até sua substituição por Sonic...



...e é de sentir muita pena dele.

Veja aqui este trecho! Começa a partir dos 1:02 do vídeo. Tá todo em japonês, mas dá pra entender claramente o que Alex está contando!



Recentemente, Alex reapareceu no jogo SEGA Superstar Tennis como personagem secreto, ao lado de Gillius Thunderhead, o anão do Golden Axe!

Sim, isto é ÉPICO.



Isso fora um disco com a trilha sonora de seus jogos, lançado ano passado, e que inclui uma versão cantada de sua música-tema, interpretada por ninguém menos que Takenobu Mitsuyoshi, o mesmo cara que compôs e cantou a música-tema do jogo Daytona USA!

E se você jogou este jogo, com certeza se lembra da música e de seu DAYTOOOOOOOONAAAAAAAAAAAAAAA!



Alex Kidd também aparece como personagem jogável no jogo Sonic & SEGA All-Stars Racing, que foi lançado para X Box 360, Wii, Nintendo DS e PS3!

Ironicamente, a repentina volta, mesmo que tímida de Alex Kidd, trouxe também uma esperança de uma volta definitiva na forma de um novo jogo do personagem!

O que seria irônico, ainda mais na situação em que Sonic se encontra, com seus novos jogos medíocres e pouquíssimo inspirados. E Alex Kidd voltando com um jogo MELHOR do que os do Sonic atuais seria uma virada de mesa involunária!

Como em Streets Of Rage, talvez eles estejam testando o mercado, para enfim dar ao personagem o jogo que ele merece desde o fim da década de 80.

Só o tempo dirá o que vai ser feito, mas considerando as péssimas experiências com Altered Beast e Golden Axe, franquias consagradas que a SEGA conseguiu destruir com novos jogos, uma volta de Alex Kidd pode ser algo arriscado se mal-feito.

Pasmem, eles conseguiram destruir seu próprio mascote! A SEGA tem um "toque de Midas" ao avesso fudido!

Mas novamente, só o tempo dirá.

E é isso! Espero ter atiçado a curiosidade de vocês a respeito deste curioso personagem que infelizmente nunca teve o reconhecimento que merecia.

Se você ainda não jogou, faça-o! Se já o fez, mate as saudades e torça para que ele enfim volte do jeito que merece!

E se me dão licença, vou ver quanto custa um Mater System no Mercado Livre, tô com saudades de ter um!

E na próxima semana: não sei, novamente! Talvez um artigo sobre um certo desenho que eu tô doido pra falar há tempos!

Fiquem com Lemmy (Lemmy é Deus, não esqueçam)!

Fui!

terça-feira, 16 de março de 2010

Com mil raios e trovões! - As Aventuras de Tintim!



Saudações, bucaneiros!

Creio eu que poucos de vocês sentiram saudades, mas enfim.

(Talvez tivessem jogando Colheita Feliz...)

Mas eu senti de escrever aqui! Sério, é terapêutico!

Peço novamente desculpas pela demora pra escrever aqui, mas como eu estava ocupado resolvendo coisas da faculdade, então acho que eu tô perdoado.

Mas o artigo da vez será épico, eu juro!

Afinal, QUEM nunca ouviu falar deste repórter belga com péssimo gosto para calças e um topete estranho, acompanhado de um cachorro Fox Terrier chamado Milú, viajando pelo mundo em busca de aventuras?

E se você não se lembra do Tintim, COM UM MILHÃO DE RAIOS E TROVÕES, SEU FILHO DUMA PUTA PRENHA NO CIO!



É difícil não se lembrar dele, aliás.

Provavelmente, seus pais leram as HQs dele quando eram mais jovens. Os meus liam, e as passaram pra mim, aliás!

Passados 81 anos desde a sua criação, e mesmo sem nenhum álbum inédito desde a morte do autor em 1983, ele continua como um dos personagens mais populares das histórias em quadrinhos, e talvez da cultura Pop, como um todo!

A razão de tanto sucesso? Histórias inventivas e simples, com personagens carismáticos e ótimos desenhos, além de situações que são absurdamente críveis!

Okay, o Tintim encontra com o Homem das Neves em uma história, e isso não é algo muito verossímil.

Você já encontrou com um SASQUATCH na esquina da sua rua? Pois é. Encontrar pivetes assaltantes é MUITO mais fácil.

Mas enfim!



Se eu disse anteriormente que Tintim foi criado há 81 anos, você provavelmente sabe contar e saberá que ele foi criado em 1929, pelo quadrinhista belga Georges Prosper Remi, conhecido mundialmente como Hergé. A primeira história do personagem foi publicada no suplemento Le Petit Vingtième, do jornal Le Vingtième Siècle, com a história "Tintim no País dos Sovietes", onde ele combate comunistas!

E como todos sabemos que comunistas são maus, TINTIM COMEÇOU COMO CABRA-MACHO DESDE A SUA PRIMEIRA HISTÓRIA!

Queria que ele combatesse o Che Guevara, ia fazer um bem fudido pro mundo.

Aliás, as histórias de Tintim em algumas vezes foram motivo de muitas histórias curiosas de seus bastidores e até de controvérsia, e em sua primeira aventura não foi diferente.

O jornal onde sua primeira história foi publicada era "de direita" e católico, sendo dirigido pelo abade Norbert Wallez, conhecido como fervoroso opositor aos comunistas. Ele teria sugerido para Hergé que Tintim fosse jornalista e combatesse os comunistas em sua primeira história.

Eram tempos de pré-Segunda Guerra Mundial, se você quer saber.

Diga-se de passagem, tempos depois o abade foi preso durante a Segunda Guerra Mundial pelos ingleses por colaborar com o regime nazista.

E depois querem que eu acredite que o Joseph Ratzinger não é um NAZI!

Malditos padres pederastas...

Mas eu vou retomar o raciocínio.



A história fez um sucesso monstruoso, e como tudo que dá dinheiro nesse negócio gera continuações, Hergé continuou com as histórias do personagem, as aprimorando a medida que o tempo passava.

Veja, as primeiras histórias do herói eram IMPROVISADAS, sem nenhum tipo de pesquisa, e eram como uma boa sessão de improviso (a popular Jam) entre um grupo de músicos capacitados (como o Deep Purple): saiu bom do jeito que saiu.

Porém, quando Hergé começou a escrever uma história sobre a China, um jovem estudante chinês chamado Zhang Chongren aconselhou o autor a pesquisar mais sobre o país, para evitar furos de informação!

Algo necessário, afinal, EU tenho que pesquisar feito um feladaputa pra escrever aqui! Okay, eu uso os amigos Google, Wikipedia, sites oficiais, sites feitos por fãs, Orkut e a minha memória. Na época, o Hergé só podia contar com livros e a memória. E tinha UMA PUTA DUMA GUERRA ESTOURANDO DO LADO DELE!

Sim, eu me sinto um preguiçoso perto dele. Mas eu admito isso, OK?

E destas aventuras pesquisadas e aprimoradas, surgiram coadjuvantes inesquecíveis, como...



...o capitão Haddock, o velho lobo do mar beberrão, descendente de piratas e de temperamento explosivo, autor de alguns dos xingamentos mais cabeludos da história das HQs!

Xingar alguém de "filho da puta" ou mandar alguém "tomar no cu" hoje em dia é algo cotidiano.

Agora experimente xingar o cidadão de FARISEU, CABEÇA DE CORISCO, ICONOCLASTA, TROGLODITA ou ECTOPLASMA, por exemplo!

Ainda mais dito por alguém que é A CARA DO BUD SPENCER! Eu me borraria nas cuecas até a morte!



OLHA ESSA PORRA! SEU QUERIDO NARUTO TEM UM COADJUVANTE COM TANTA CARA DE MACHO? NÃO, NÃO TEM!

Só Hokuto No Ken teria, e olhe lá.



Temos também o Professor Girassol, um gênio surdo da ciência que anda por aí com um pêndulo, e vira-e-mexe é sequestrado por alguém...



...além dos detetives gêmeos Dupond e Dupond, notoriamente incompetentes.

E se a Interpol contrata dois durangos como esses dois, ou foi porque o "teste do sofá gay" deles foi um boquete inesquecível em seus superiores, ou foi porque ninguém mais queria o emprego.

Sério, até Os Karas eram melhores que eles. E se você entendeu a citação, você teve infância e leu os livros deles!



Temos também a cantora Bianca Castafiore, com suas cantorias irritantes e sua paixonite aguda pelo Capitão Haddock. Nesse ponto, eu diria que ela escolheu bem, afinal, que mulher não cairia de quatro por um cara que é idêntico ao Bud Spencer?



Calma Tintim, eu não esqueci do seu fiel cachorro Milú, que em muitas aventuras resolve a situação!

Há outros também, como Nestor, o mordomo da mansão do Capitão Haddock, que começou como vilão da série; o general latino-americano Alcazar, que em umas das histórias é deposto, rendendo uma das melhores histórias da série; o menino chinês Tchang (qualquer semelhança com o assistente xing-ling de Hergé não é mera coincidência), que foi salvo por Tintim mais de uma vez, dentre outros.

Isso fora seus vilões, como o criminoso internacional tabagista de merda Rastapopoulous e o ex-auxiliar do capitão Haddock, Allan.

A verdade é que sua galeria de coadjuvantes e vilões é tão boa que muitos deles mereciam histórias próprias!

Eu diria que sua galeria de coadjuvantes é tão boa quanto a do Batman. E isso quer dizer muito!

Mas há um coadjuvante curioso nas histórias, que muita gente até hoje se pergunta quem era, e...



...era o próprio autor da HQ! Ele aparecia escondido no meio da multidão nas histórias, no melhor estilo "Onde Está Wally?", e muita gente nunca soube quem era. Enfim, explicado o mistério!



As histórias de Tintim se passavam em diversos lugares do globo, como o Marrocos, a China, templos Maias (palco de uma das melhores histórias, dividida em duas partes: "Tintim e as Sete Bolas De Cristal" e "Tintim e o Templo Do Sol"), a África (onde temos a antológica cena em que Tintim EXPLODE UM RINOCERONTE COM UMA PORRA DUMA BOMBA!), até uma república latino-americana que podia muito bem ser uma fusão do Brasil com o México, ou até mesmo lugares fora do globo, como a clássica aventura na Lua!

Mas a única coisa que eu quase não via era o Tintim trabalhando. Sério, ele devia ser o repórter mais incompetente (ou azarado) do mundo! Devia trabalhar pro Meia-Hora, com suas reportagens de capa "TROPA DE ELITE VIRA FILME DE VUCO-VUCO".

Mas arroubos à parte, a série rendeu 23 volumes encadernados, e o que seria o 24º, "Tintim e a Alfa-Arte", nunca concluído por causa do falecimento de Hergé, mas foi lançado de forma póstuma, com páginas extras para explicar o fim da história.

E como tudo que faz sucesso nesse meio vai para outras mídias, Tintim rendeu:



Filmes animados, e também filmes com atores! E esta foto do filme com atores só comprova que Bud Spencer e o capitão Haddock são a mesma pessoa!



Jogos de tabuleiro ultra-raros!



Bonequinhos que eu nunca vi vendendo aqui no Brasil!



Jogos de Video Games dos mais bacanas! O da foto seria "Tintim Na Lua", uma conversão dos sistemas Amiga para o Master System, mas foi cancelado pela impopularidade do console fora de terras brasileiras e européias.

Sim, juntar Tintim + Master System seria ÉPICO!



Temos também UM PUTA DUM MUSEU dedicado ao personagem e às outras criações do autor.



Uma moeda de Euro comemorativa de 75 anos do personagem cunhada com a cara de Tintim. Tal honraria só foi concedida para realezas, ao músico Mozart, e ao Papa João Paulo II. Novamente, Naruto não tem isso.

CHUPA ESSA, NARUTO!



Eu mencionei a pequena rede de lojas dedicada à coisas do personagem?

Isso fora as adaptações para o rádio, o teatro, e especialmente para a televisão, onde foram feitas DUAS séries animadas!

Mas a primeira, da década de 50, era tão merda que ninguém lembra de que ela existiu. Corra para o YouTube e procure por ela, se quiser.



Já a segunda, feita na década de 90, é lembrada como um dos melhores trabalhos da história da animação, tendo sido um grande sucesso aqui no Brasil, onde foi exibida pelo SBT, TV Cultura e Cartoon Network. E quem nunca cantarolou o tema da abertura? Eu já!

Novamente, YouTube it, baby!

Diga-se de passagem, o desenho ajudou a popularizar o personagem por aqui, visto que nos seus tempos áureos dava picos de 3 pontos de audiência!

E pra TV Cultura, isso quer dizer MUITA coisa!

Duvido que o Sem Censura tenha essa audiência!

Recentemente, foi lançado o Box com TODOS os episódios da série que todos nós assistimos, além das HQs terem sido relançadas pela Companhia de Letras (a primeira editora do herói foi a Record). Ou seja, material pra conhecer a série não falta!



No dia 10 de Janeiro desse ano, o personagem completou 81 anos de existência, mas continua com o mesmo vigor de quando foi criado! Certas criações dos quadrinhos são atemporais, e com certeza Tintim é uma delas!

Tintim virou não só um personagem de quadrinhos clássico, mas sim um ícone da cultura Pop.

E muitas novidades ainda vem por aí, como o tão falado filme por Peter Jackson e Steven Spielberg do personagem, usando a mesma tecnologia de A Lenda de Beowulf.

Eu acho que vai ser MASSA, VÉIO!

Se você não conhece suas histórias, das duas, uma:

1) DÊ UMA PORRA DUM TIRO DE BAZUCA NA SUA CABEÇA!

2) Vá caçar suas HQs nas livrarias, procurar os DVDs da série, etc.

E não esqueça de agradecer ao Blog por este serviço de utilidade pública de introduzi-lo (ui!) à esta jóia rara dos quadrinhos!

E na próxima semana: sei lá, ainda tô pensando! Talvez um artigo mais "porra-louca", quem sabe? Tô precisando desabafar certas coisas.

Um abraço para todos, e lembrem-se: O PODER É DE VOCÊS!

AWIKA!